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Paul McCartney e Michael Jackson

ALERTA DE CONTEÚDO: postagem para pessoas adultas!
(leia ouvindo "Come Together", com Michael Jackson)

Paul McCartney e Michael Jackson

Este é um episódio que ainda nos enrubesce😊! 
O que você considera numa amizade?
O quanto você pode ser fiel a ela?
E estamos falando aqui da amizade verdadeira, daquelas que rendem laços, criam vínculos, dão bons frutos e permanecem eternas.



A conhecida curta amizade entre Paul McCartney e Michael Jackson por exemplo é, até hoje, citada como um oposto disso, tipo uma trairagem sem igual no mundo da música! O site da Rolling Stone Brasil (sim, ele!) citou essa história toda como "jogo sujo". Já outros sites de Michael por aí a amenizam, chamando-a de "rivalidade", "inusitada decisão do Rei" etc...



Mas, o fato é que o fim da outrora quase pueril amizade entre Paul McCartney e Michael Jackson lá nos anos 80 ainda causa uma certa vergonha alheia em alguns FÃS do Rei do Pop, que podem sentí-la até hoje ao ouvirem "The Girl Is Mine", "Say, Say, Say" ou "The Man": lembrar da digamos assim 'rasteira' que o King passou no ex-Beatles durante aquela linda relação de amizade. 

A publicação sobre o assunto é grande! Se você gosta mesmo de ler, é só prosseguir. Mas, se é uma pessoa ansiosa e quer ir direto ao ponto, basta rolar a página para: 

💵TABU QUE INCOMODA
💵MICHAEL JACKSON VS BEATLES: UM PÁREO DESDE 1970!
💵A HISTÓRIA DE UMA DESAMIZADE
💵O TESTEMUNHO DO DJ 
💵O ARREPENDIMENTO DE PAUL
💵POR QUE PAUL MCCARTNEY NÃO COMPROU O CATÁLOGO DOS BEATLES?
💵YOKO ONO FALA
💵AS PRIMEIRAS DESAVENÇAS COM DIREITOS AUTORAIS
💵MEU CHOQUE COM "COME TOGETHER"
💵UM DESGOSTO PARA O AMIGO INGLÊS
💵O PITACO DO JOE
💵BOATOS DO TESTAMENTO
💵2025 E IA: UM GATO ESCALDADO PARA PAUL
💵UM GENTLEMAN FIEL À HONRA DO REI
💵AS CURAS QUE SÓ O TEMPO TRAZ
💵MINHAS DÚVIDAS

Boa leitura!

TABU QUE INCOMODA

Este assunto atualmente ainda é tão delicado, mas tão delicado que se mantém quase como um tabu na base de FÃS de Michael Jackson em pleno 2025: opiniões, averiguações, estudos mais profundos e até mesmo, discussões abertas que fiquem livres das conhecidas ameaças de block ou cancelamentos atuais nas redes sociais, são algo quase impossível de não acontecer!


Se um importante indivíduo, grupo, página ou poder público constituído 'se ofender' ou discordar do que é publicado, contrariando então o 'topor' desta mesma base de fãs, é condenação na certa! Isso porque, a juventude da era pós sites de Fóruns, Orkut, Blogs etc simplesmente não tolera posts a qual ela não teve a vivência plena ou mesmo, um conhecimento de causa endossado com engajamento dos seus, hãããm, 'influencers' (lacradores ou não) que agem nessa maneira como o seu único verificador confiável a certas polêmicas numa desculpinha fácil de que, tudo o que estiver fora da sua frágil 'caixinha dourada de evidências', será pura 'fake news'... Então, como bem sugere esta arte acima de moonwalkerartist124 no DeviantArt, "defenda Michael dos odiadores"! E deixem os outros assuntos correrem!

MICHAEL JACKSON VS BEATLES: UM PÁREO DESDE 1970!

Engana-se muito quem pensa que a HIStória de Michael Jackson relacionada aos Beatles remonta apenas a partir dos anos 80! No dia 8 de Maio de 1970 o Jackson 5, grupo liderado por Michael - um ainda ascendente 'principezinho" do pop de apenas 11 anos - lançavam o seu segundo trabalho sem nem ao menos sequer imaginarem o sucesso que alcançariam naquele ano com o novo disco, intitulado ABC!




Enquanto isso simultaneamente, um novo álbum da legendária banda de rock inglesa também era lançado, marcando porém o fim da sua era: os Beatles, começariam a deixar saudades aos fãs com a divulgação do último álbum do grupo, "Let It Be".



Gravado em Janeiro de 1969 mas chegando às lojas apenas em Maio daquele 1970. A faixa-título "Let It Be" estourou nas paradas americanas! Maaas, também a faixa-título "ABC" dos Jackson 5 começava sua subida rápida ao topo da parada Billboard Hot 100 no mesmo período, tirando então "Let It Be" desta posição em Abril daquele ano! "The Love You Save" e "I'll Be There" também chegariam ao topo da parada Billboard Pop Singles em 1970! 

Assista ao video com comentários de carmineuai do TikTok👇


Quer mais surpresinhas a respeito desta 'simbiose'? Pois bem, vamos lá: o Jackson 5 cantou esse mesmo hit dos Beatles "Let It Be" também no ano de 1970, num programa de tv americano chamado The Jim Nabors Hour e depois, no ano de 1974, noutro programa de tv dos Estados Unidos famoso, o Tonight Show starring Johnny Carson! Seria um "prelúdio"? Acompanhe no video👇


A HISTÓRIA DE UMA DESAMIZADE

Não só os fãs mas, também os mega astros do pop rock naqueles anos 80 enxergavam em Michael Jackson "um anjo perfeito na Terra". Nada nem ninguém realmente acreditaria de fato que o Rei do Pop pudesse tomar uma atitude daquela com um amigo sincero: passar-lhe a perna numa jogada comercial sem a menor cerimônia! Mas, será mesmo que essa história é verdadeiramente fiel como todo mundo conta por aí? Vamos aos fatos!

Esse babado todo teve início ainda durante as gravações de Thriller, o álbum mais vendido de todos os tempos.




Em 1982 os dois super astros da música nos anos 80 gravaram juntos em estúdio a faixa "The Girl Is Mine", que  fez o maior sucesso no planeta! 




Mas "Say Say Say", música do álbum “Pipes of Peace” de Paul McCartney lançada no ano seguinte, tornou-se um hit ainda maior para a dupla.




O álbum do cantor inglês incluía ainda um segundo dueto com Michael Jackson, chamado “The Man“.




O TESTEMUNHO DO DJ

No livro "Michael! A história de Michael Jackson" (1984) de Mark Bego, temos mais alguns detalhes desta amizade e suas colaborações musicais, comentadas pelo autor. Segue abaixo:



📘O livro de Bego sobre Michael Jackson 

Te's So Shy ["Ele É Tão Tímido"], um grande sucesso das Pointer Sisters, poderia ser vista como uma música que descreve exatamente Michael Jackson. Muitos de seus amigos mais íntimos são da opinião de que ele é introvertido demais. Diana Ross tentou, de certa forma, inverter essa tendência, Jane Fonda ajudou-o um pouco a sair da casca, e Paul McCartney fez tudo para amenizar o medo que Michael sente em relação ao mundo.



"Tenho dificuldade em me relacionar com as pessoas, pois passei a vida no palco. É dificil me abrir com qualquer um. O que para você é uma pessoa comum, para mim é sempre um fã em potencial. Fico assustado. A vida normal é completamente estranha para mim. Cresci no palco e é nele que me sinto mais à vontade. Só agora estou começando a aprender o que é amizade." (Michael Jackson)

📘O livro de Bego sobre 'Say Say Say'

No dia 3 de outubro de 1983, Say, Say, Say, o tão esperado dueto de Paul McCartney e Michael Jackson, começou a tocar nas estações de rádio dos Estados Unidos. Com produção George Martin, apareceu em duas de versões: uma constando do LP Pipes Of Peace, de Paul McCartney, e outra remixada para tocar em discotecas e boates, com duração de cinco minutos e 40 segundos. 
Para a remixagem, Paul e George Martin decidiram contratar o cara mais famoso e bem-sucedido no ramo (principalmente para ritmo disco) dos Estados Unidos e da Inglaterra: John Benitez, conhecido como John 'Jellybean' Benitez. Benitez, que tem 25 anos, dirigiu trabalhos como Tell Her About It, de Billy Joel, Maniac, de Michael. Sembello, What A Feeling, de Irene Cara (o tema de Flashdance) e Hollyday, de Madonna que, além de mixar, também produziu. Todos eles alcançaram o primeiro lugar nas paradas. 
Para ficar por dentro do que está acontecendo nas boates, nas noites de sexta e sábado Benitez trabalha como discotecário de um dos lugares mais badalados de Nova York, o Funhouse. De sua cabina suspensa sobre a pista, ele pode observar perfeitamente a reação dos dançarinos aos diferentes ritmos. De volta ao estúdio, ele trabalha no sentido de colocar o som mais quente possível nos discos. 
Segundo Jellybean Benitez, os dias que passou trabalhando com o material de McCartney e Michael Jackson foram como um sonho.



"Say, Say, Say e This Is The Man são músicas que se prestam mais à dança do que This Girl Is Mine e, portanto, tive mais campo para trabalhar. 
Say, Say, Say é a minha favorita. O efeito dos vocais intercalados de Paul e Michael é genial. Gostaria que eles gravassem um LP inteiro juntos, pois formam uma dupla e tanto. Acho que Michael está agilizando o estilo de Paul. O material produzido por eles nas últimas sessões é, sem dúvida, música para dançar. Seus estilos diferentes se harmonizam para dar um resultado maravilhoso e mal posso esperar a hora de voltar a trabalhar com eles!"

No domingo, 2 de outubro, véspera da distribuição oficial da versão de Say, Say, Say em 12 polegadas remixada por John Benitez, encontrei-me com ele e seu agente publicitário, David Salidor. John estava a caminho do Aeroporto Internacional Kennedy indo para Londres, trabalhar no novo disco do conjunto B Movie contratado pela Sire Records. As sete horas da noite, uma limusine Cadillac parou em frente ao meu apartamento de Manhattan, e foi dentro da limusine que entrevistei John sobre Say, Say, Say e This Is The Man, os dois duetos de Michael e McCartney que ele mixou. Enquanto a paisagem de Manhattan se distanciava no vidro traseiro do carro, a conversa decorria:




Mark: Fale-me de seu trabalho em Say, Say, Say.

John: Fui contactado pela MPL Communications na Inglaterra, e Alan Crowder me perguntou se estaria interessado em mixar duas, possivelmente três músicas para o próximo LP de McCartney, duas das quais em dueto com Michael Jackson. Fiquei paralisado! [ele riul Pense bem na quantidade de discos que esses caras venderam: Paul, com os Beatles e sozinho, e Michael, com o Jackson Five e sozinho. Só Thriller vendeu por volta de 14 milhões de cópias! É o LP que mais tem vendido desde Saturday Night Fever, dos Bee Gees.

Mark: Bem, até agora Carole King foi a única que superou Thriller, com o LP Tapestry, que vendeu 15 milhões de cópias. Mas, do jeito que vão as coisas, logo, logo Michael vai quebrar esse recorde.

John: Depois eles me telefonaram avisando que estavam enviando os dois masters, mixados em 48 canais. O trabalho obedeceu a todo um esquema de segurança. Normalmente, eu recebo uma fita com a música. Nesse caso, porém, eu só podia escutar a fita no escritório de Mickey Eichner, o vice-presidente do Departamento de Artistas e Repertório da Arima Columbia e na presença dele. Não pude nem tirar uma cópia. Além disso, Dom De Vito, o vice- presidente responsável pelos músicos classe A da Columbia, acompanhou todos os trabalhos no estúdio. Foi muito estranho trabalhar com toda essa segurança. Acho que temiam que alguém roubasse a fita e tocasse no rádio...

David: Ou fizesse uma edição pirata, lançando-a antes da data oficial, o que já aconteceu antes.

John: Contratei Ralph MacDonald para fazer os acréscimos de percussão. Foi ótimo, pois o Ralph incrementou o ritmo com atabaques, um sino de vaca e um chocalho. Na verdade, a música, como estava, não era boa para dançar. Ela tem um ritmo dançável, mas, como Paul e George Martin não freqüentam discotecas e só escutam as músicas que tocam no rádio, talvez estejam por fora do verdadeiro ritmo de dança. Botei percussão para dar mais movimento à música. Depois que terminei Say, Say, Say, passei a trabalhar em This Is The Man. Nesse caso, não acrescentei novas pistas, mas, se você reparar bem na versão original, o primeiro verso da música não tem bateria. No sentido de torná-la mais dançável, tive que tirar trechos de bateria de outros pedaços da música e editar tudo junto. São milhões de trechinhos emendados na edição de 12 polegadas. 

Mark: Como você compara Say, Say, Say às outras músicas que Paul e Michael fizeram sozinhos e/ou juntos?

John: Bem, Say, Say, Say tem um som mais tipo anos 80. Realmente me surpreendeu que McCartney estivesse fazendo música para dançar. Bob Giraldi quis o meu mix para o videoclip, mas a duração do clip era de três minutos no máximo, e o mix tem sete.

Mark: Quer dizer que o videoclip vai ter uma terceira mixagem?

John: Acho que vai ser de George Martin.

Mark: Você acha então que McCartney está seguindo novos rumos, que foi influenciado por Michael Jackson?

John: Bem, não sei. Acho que fizeram uma espécie de acordo, pelo qual um aparece no disco do outro. Desse modo, McCartney engloba, além do seu, um público mais jovem. Um dia, eu estava nos Air Studios conversando com George Martin e ele me dizia o quanto realmente apreciava meu trabalho. Também Geoff Emerick, o engenheiro de som dos Beatles, elogiava minha mixagem, dizendo que reconhecia em mim um grande artista. Geralmente, meu trabalho de remixar músicas para dançar não é muito reconhecido. No meio de todos esses elogios, entra na sala um cara de óculos e diz: "Jelly! Você deve ser o Jelly!" Virei-me e, naquele exato momento, quando vi o Paul, percebi que ele sempre fora meu Beatle favorito. Só então me dei conta disso. Paul foi bem simpático e elogiou muito meus trabalhos. Contou que ia trabalhar com Bob Giraldi no videoclip de Say, Say, Say, vindo primeiro a Nova York e depois a Los Angeles para trabalhar com Michael Jackson. Então me disse, referindo-se a Michael: "Vou ensinar aquele garoto a dançar. Tem uns passos novos que ele precisa aprender!" (ele riu) 

Mark: Você teve algum contato pessoal com Michael desde que foi contratado para remixar Say, Say, Say?

John: Não, não tive, mas, sinceramente, o Jackson Five sempre foi meu conjunto favorito.

Mark: Lembro-me da primeira vez que vi o Jackson Five, em outubro de 1969, quando o grupo foi apresentado pelas Supremas, no programa The Hollywood Palace. Você se lembra da primeira vez que os viu ou ouviu, e da impressão que teve?

John: Sim, estava na sétima série e comprei I Want You Back. O compacto custava 69 centavos e eu ganhava 75 de semanada. Depois saiu ABC e, em seguida, o primeiro LP. É o único conjunto que consigo associar à minha infância. Vivia comprando discos, devia ter uns 12 ou 13 anos.

Mark: E você tinha todos os primeiros discos do Jackson Five?

John: Eu tenho absolutamente todos os compactos do Jackson Five, e os LPs também. Lembro que com 12 anos tinha uma vitrolinha portátil e sala com ela pra todos os cantos, carregando discos.

Mark: Que acha de Michael como artista solo? Qual é sua opinião sobre ele como músico, cantor, compositor e intérprete no palco?

John: Michael é o meu cantor preferido. Teve muita influência sobre mim, desde os tempos em que eu comecei a comprar discos. Ele superou toda uma série de obstáculos e hoje sua música é aceita por todo tipo de público no mundo inteiro. Beat It, por exemplo, foi tocada na AOR [Album Oriented Rock], Michael já toca em rádio voltada para o rock. Depois de ouvir o LP Off The Wall, que disco incrível! Pensava que dificilmente Thriller poderia ser melhor. E é!Get It Together era o máximo. Todo mundo tinha. Se a Motown relançasse o LP ia vender um bocado em Nova York. Foi a primeira vez que ouvi uma música dos Jacksons numa discoteca. Quando foi mesmo que o lançaram?

Mark: Em 1973. Dancing Machine era uma das faixas, mas fez tanto sucesso que a Motown lançou um LP com esse nome, contendo músicas novas.

John: Hum Along And Dance, ainda acho essa música incrível. Ponho todos os sábados na Funhouse. Ela tem uma porção de efeitos de "dança" que só agora estão sendo usados. E dizer que Hum Along And Dance saiu há anos! Hoje em dia, nenhum dos Jacksons usa mais esses efeitos, pois fazem a música ficar muito longa. Hum Along And Dance tem oito minutos e uma porção de quebradas, viradas e coisas assim. Foi um dos primeiros mix de dança, sem ter tido esse nome.

David e eu despedimo-nos de John, desejando-lhe boa viagem, e dirigimo-nos para o carro. Quando chegamos a Manhattan, subimos rapidamente ao meu apartamento para que eu pudesse tirar uma cópia cassete de Say, Say, Say. David foi embora deixando-me a sós para a minha pré-estréia particular do novo dueto. Naquela noite, fui uma das primeiras pessoas a escutar a última criação de Michael Jackson. Na manhã seguinte, data oficial do lançamento internacional, a rádio WBLS, de Frankie Crocker, já estava tocando Say, Say, Say para seus ouvintes. Em poucos dias, era impossível ligar-se o rádio sem escutar a música... sinal evidente de que Michael Jackson, Paul McCartney e John Jellybean Benitez haviam emplacado outro grande sucesso!

📘Michael! A história de Michael Jackson 
Mark Bego
1984
2a. edição 
Editora Salamandra
Tradução: Maria Beatriz de Seixas Corrêa

Arquivo pessoal de Robson Giro (RoM@) 



O DEPOIMENTO DE UM 'TOTO' 

A estrela da banda Toto, Steve 'Luke' Lukather é o único membro fundador que sobrou. Lukather agora também gerencia a banda. Lukather tocou no album Thriller, de Michael Jackson - ainda oficialmente o álbum mais vendido de todos os tempos. Ele foi convidado no ano anterior para o álbum de sucesso do produtor Quincy Jones, The Dude. Na entrevista dada ao Daily Express para Mick Wall em Janeiro de 2025, Luke comenta: 
"Eu tinha 23 anos e eu e Quincy nos demos muito bem. Então ele disse: 'Vou fazer o sucessor de Michael para Off The Wall. Quero você nele'."
Em seu primeiro dia no estúdio ele gravou The Girl Is Mine, o dueto alegre de Jackson com Paul McCartney - e o primeiro dos sete milhões de sucessos no álbum.
"Lá estão Paul e Linda na sala, e Michael. Lá está Quincy. Eu fico tipo, 'Isso é surreal, cara'."
A porta se abriu e Paul e Linda entraram. Outro dos grandes sucessos de Thriller, Human Nature, foi originalmente composto por Porcaro, baterista da banda, para o próximo álbum do Toto. De fato, com sua produção furtiva e melodia discreta e de bom gosto, soa como Toto - liderado pelo futuro Rei do Pop.



"Michael tinha a mesma idade que eu e nos demos muito bem", diz Luke.
A estranheza agora associada à marca Jackson ainda não havia se manifestado.
"Ele fez sua primeira plástica no nariz, nada demais. Todo mundo em Hollywood já fez alguma coisa."
Quando Luke trabalhou no álbum HIStory de Jackson de 1994, "foi uma história completamente diferente". Mas, ele prefere se concentrar nos bons momentos. Nos últimos 13 anos, Luke também foi um membro líder do Ringo Starr & His All-Starr Band - um show itinerante com o ex-Beatle tocando muitos de seus sucessos ao lado de um elenco de acompanhantes superstars.
"Ringo se tornou um dos meus melhores amigos", ele diz. "Acabei de falar com ele ontem. Moramos perto um do outro, saímos. Estamos em turnê novamente este ano. O fato de ele ser um Beatle é uma vantagem." 

O ARREPENDIMENTO DE PAUL

Com certeza, não foi durante algum break nos intervalos de gravações dos duetos que Paul McCartney confessou sigilosamente a Michael Jackson os benefícios de se possuir os direitos autorais das suas próprias composições e até, os de outros artistas. Segundo o site The Pop History Dig isso aconteceu numa noite na casa de Paul, à mesa de jantar, quando então McCartney exibiu a Michael Jackson um livreto grosso, com todas as músicas e direitos de publicação que ele possuía como obras do roqueiro dos anos 1950 Buddy Holly e outros artistas. 
"Esta é a maneira de ganhar muito dinheiro", dissera Paul McCartney a Michael Jackson. 
"Toda vez que alguém grava uma dessas músicas, eu sou pago. Toda vez que alguém toca essas músicas no rádio ou em apresentações ao vivo, eu sou pago." 
Paul McCartney estava supostamente na época ganhando cerca de US$ 40 milhões por ano com estas músicas adquiridas. E, muito provavelmente, McCartney também disse a Michael Jackson sobre o interesse em "um dia" adquirir as músicas dos Beatles. 







Então, seguindo o próprio conselho de Paul McCartney dado naquela noite, Michael Jackson em um ou dois anos começou a gastar cerca de US$ 1 milhão comprando algumas coleções disponíveis como a de Sly Stone - que incluía músicas como "Everyday People" (1968) e "Everybody Is a Star" (1970) - além das canções de Len Barry, como “1-2-3” (1965), “Expressway to Your Heart” (1967) do Soul Survivors e duas canções de 1961 de Dion DiMucci, “The Wanderer” e “Runaround Sue”. Michael Jackson continuou a sua busca por mais catálogos de música para comprar, mas apenas aqueles com músicas que significassem alguma coisa para ele. Então, em 1985 Michael Jackson comprou o catálogo disponível dos Beatles quando esta importante coleção de composições 'John Lennon (1940-1980)-McCartney' foi a leilão naquele ano. 



Michael comprou não só o catálogo da lendária banda inglesa como também, adquiriu os direitos de algumas das primeiras músicas de George Harrison (1943-2001), guitarrista dos Beatles. 


Ouça George Harrison em "My Sweet Lord", canção de 1970.


George Harrison conheceu Michael Jackson em 1979 num programa com 56 minutos da série Especial da BBC Radio Solent.



Os astros do rock e do pop se conheceram e discutiram música. Este raro material de arquivo foi restaurado 40 anos após sua transmissão original na rádio. Michael e George passaram 90 minutos em uma atmosfera relaxada e bem-humorada o tempo todo, onde os dois músicos levaram a tarefa de analisar músicas a sério discutindo singles de Foreigner, Nicolette Larson e The Blues Brothers, bem como contando as histórias por trás das suas próprias músicas. Os ouvintes na época, tiveram oportunidade de conferir um Michael Jackson meses antes dele lançar Off The Wall e falando a Harrison em como a Motown se recusou a deixá-lo escrever suas próprias músicas; enquanto Harrison explicou a Michael como foi trabalhar à sombra de Lennon e McCartney nas composições dos Beatles. Em 2005, o espólio do falecido Beatles George Harrison processou a empresa de Michael Jackson e a Sony alegando milhões de dólares em royalties não pagos de músicas que Harrison escreveu na década de 1960. 

POR QUE PAUL MCCARTNEY NÃO COMPROU O CATÁLOGO DOS BEATLES?

Originalmente as criações dos Beatles, uma das maiores bandas que já existiram, faziam parte da empresa ATV. E Michael Jackson, ainda neste período de amizade com Paul McCartney, começaria silenciosamente a se mobilizar para comprar os direitos destas músicas da banda, solicitando ao seu advogado na época - e atual administrador do espólio do Rei do Pop - John Branca que comprasse a empresa ATV, que detinha os direitos de todas as 251 faixas dos Beatles pela colossal quantia de 47,5 milhões de dólares (£ 36,7 milhões).



Esta operação também foi acompanhada pelo seu empresário na época, Frank Dileo (1947-2011). Embora Paul McCartney 'tivesse tido a chance' de recuperar o direito a estas músicas dos Beatles, ele considerou a ação rápida e furtiva de compra feita por Michael Jackson como um "movimento desonesto". E, a bela relação de amizade deles a partir daí, esfriaria de vez! Contudo vale ressaltar que, este mesmo catálogo também foi oferecido à Paul McCartney por algo em torno de £ 20 milhões (libras). Só que Paul hesitou em realizar imediatamente esta operação por estar na época muito relutante em fazer um acordo sozinho, já que isso poderia ser percebido pela imprensa e pelos fãs dos Beatles como uma "apropriação de Paul McCartney" da propriedade de John Lennon logo após o seu assassinato em Nova Yorque, ocorrido em 1980: ele não se sentia confortável com isso.


Arte by RoM@ (colagem anos 90)

Então, Paul ligou para a viúva de Lennon, Yoko Ono, e perguntou se ela gostaria dividir o lance em £ 10 milhões para cada um deles. E esta negociação inicialmente, não deu certo por algum motivo e, Paul McCartney aparentemente pareceu ter sinalizado desistir do processo todo. 
Porque então o ex-Beatles ficou tão chateado com a atitude de compra alavancada por Michael Jackson?



A resposta pode estar naquela palavrinha duvidosa, a tal "teria": John Branca - o mesmo que autorizou em 2010 o lançamento daquele álbum póstumo do Rei do Pop com músicas falsas!! - durante as negociações de aquisição do catálogo "teria" contatado o advogado de Paul McCartney, que "teria" dito à ele que McCartney não estava mais interessado em fazer lances pelo catálogo porque, ele "era muito caro". Então, em 20 de novembro de 1984, Michael Jackson e John Branca enviaram um telex para Holmes a Court com uma oferta de US$ 46 milhões pelo catálogo da ATV, numa extensa negociação que durou cerca de 10 meses ou mais onde, erroneamente por um tempo, suspeitou-se que Michael Jackson era o testa de ferro de Paul McCartney na finalização desta compra!

 
Arte by RoM@ (colagem anos 90/25)

Estima-se que durante todo o processo de aquisição iniciado por Michael Jackson cerca de meio a um milhão de páginas em contratos foram examinadas para certificação de suas devidas garantias legais, numa rotina trabalhista envolvendo diretamente mais de 20 pessoas locadas nos escritórios da ATV em Londres, Los Angeles, Toronto, Sydney, Munique e Amsterdã! Esta negociação toda resultou ainda num aumento da oferta inicialmente oferecida por Michael para US$ 47,5 milhões e, inclusive, um inusitado show beneficente do Rei do Pop em Perth, Austrália. E assim então em Agosto de 1985, Michael Jackson finalmente adquiria de vez o catálogo de publicação musical da ATV com as músicas dos Beatles. Michael Jackson estava finalmente feliz! E Paul McCartney, totalmente desacreditado no que acabara de acontecer! 

MICHAEL TAMBÉM QUERIA A MOTOWN? 

Segundo notinha da finada Revista Bizz (edição 52, Março de 1987), SIM! 



MICHAEL TENTA COMPRAR A MOTOWN

Rumores de que Michael Jackson estaria empenhado na compra da Motown Records estão ficando cada vez mais quentes. Como todos sabem, a Motown é o selo responsável pela explosão da música negra nos EUA e pelo lançamento dos maiores artistas negros americanos, como Marvin Gaye, Supremes, Temptations, Commodores, Stevie Wonder, Jackson Five, e por ai afora. O selo vem sendo distribuído há três anos pela MCA Records, e, segundo os boatos, seu fundador-presidente, Barry Gordy Jr., esteve disposto a vender a Motown para a MCA pela quantia de 75 milhões de dólares. A MCA não conseguiu levantar a grana, e adivinhem quem se apresentou para cobrir a quantia? Ele mesmo. Mr. Jackson em pessoa (ainda não se sabe em que pé estão as negociações). Agora, imaginem so: Michael já detém os direitos sobre os catálogos dos Beatles e está lançando mais um LP este ano. Isso significa que em breve ele figurará, sem dúvida, no posto de músico mais rico do mundo.

YOKO ONO FALA

Yoko Ono comentou o seguinte ao saber que os direitos das músicas dos Beatles foram adquiridos por Michael Jackson: "Michael Jackson é um colega compositor... então, eu acho que é uma coisa boa de acontecer".



Paul McCartney no entanto, admitiu se sentir um pouco prejudicado por seu ex amigo e antigo colaborador: "Eu acho que é duvidoso fazer coisas assim... ser amigo de alguém e depois, puxar o tapete que ele está pisando".



Podemos nos perguntar até certo ponto que, a aproximação de Michael Jackson com o filho de John Lennon e Yoko Ono, Sean Lennon, influenciou na opinião positiva da viúva do falecido Beatles? 



Mais ainda: o fato deste filho mais novo do casal ter um papel no filme Moonwalker de 1988, endossou ainda mais a simpatia de Yoko Ono à Michael Jackson, favorecendo-o na defesa dela à aquisição do catálogo dos Beatles pelo Rei do Pop?
Ou na verdade, a outrora 'ciumeira' de Paul McCartney na relação de Yoko e Lennon à época do fim dos Beatles, falou mais alto na 'escolha'?
Yoko Ono não se importou com a proposta de Paul McCartney por 'antipatia'?
Pode ser que não, como também pode ser que sim! Em um negócio tão grandioso como foi a aquisição do catálogo da maior banda inglesa da história, cada movimento certeiro no jogo conta, e muito!

AS PRIMEIRAS DESAVENÇAS COM DIREITOS AUTORAIS 

Os direitos de editor comprados por Michael Jackson no catálogo dos Beatles eram bem distintos dos direitos de compositor - que Paul McCartney ainda os tinha, é claro - já que os royalties das composições de “Lennon & McCartney” ainda iam para McCartney e para o espólio de John Lennon, independentemente de quem detivesse os direitos de editor.



Mesmo assim, direitos de editor podem ser bastante lucrativos - como Paul havia mostrado a Michael Jackson nos anos 80 - onde as músicas dos Beatles em particular geravam recursos valiosos a serem explorados por anos em filmes, tvs, publicidade, teatro, games etc. A vitória de Michael Jackson nesta disputa provou ser um dos melhores investimentos que o Rei do Pop poderia fazer na vida. Mas nem tudo foi 100% o paraíso: o primeiro desentendimento oficial de fato entre Paul McCartney e Michael Jackson sobre uso das músicas dos Beatles ocorreu em 1987, quando a Nike pagou US$ 500.000 para usar a canção "Revolution" em um comercial de tv👇:


Metade desse valor para a EMI-Capitol Records e a outra metade, para Michael Jackson. O espólio dos Beatles e sua gravadora Apple (o selo, e não a atual empresa de smartphones) entraram com ação proibindo a música pela Nike no comercial - que foi veiculado de 1987 ao início de 1988 mesmo em litígio, gerando reclamações dos ex-Beatles George Harrison e Paul McCartney na imprensa. A Nike só interromperia a exibição da propaganda em Março de 1988, devido ao direito de uso da música ter finalmente expirado.

Também em 1º de Maio de 1993, o jornal O Estado de São Paulo trazia outra nota sobre imbróglio de Michael Jackson com a obra dos Beatles: 

Transcrição:

"Michael Jackson briga com o rap

Michael Jackson e sua firma ATV estão sendo processados pela empresa 577 Sunset, que pede US$ 76 milhões de indenização pelo rompimento de um contrato que permitia a gravação de músicas dos Beatles por cantores de rap num álbum que se chamaria 'Beatle Rap Project'. Segundo a 577 Sunset, uma ex-funcionária da ATV cedeu os direitos contratuais para o disco e o fato dela ter saído da firma não anulava o contrato. Nos documentos, a Sunset 577 diz que Jackson (que detém os direitos sobre as músicas de Lennon e McCartney) rompeu o contrato "unilateralmente e sem qualquer justificativa". Apesar disso, a gravação do disco continuará, com a participação do YZ e do Urban Thermo Dynamics."

MEU CHOQUE COM "COME TOGETHER"

Entre as canções em questão que estavam disponíveis no catálogo dos Beatles constavam “Yesterday”, “Hey Jude”, “Let It Be” e "Come Together" - esta última, interpretada ao vivo pelo King no final do filme "Moonwalker", de 1988. 






Eu pessoalmente tive a oportunidade divina em assistir Moonwalker no cinema!
Foi FÃntástico!!
Assisti o filme 2 vezes onde, na segunda exibição no antigo Best Shopping de São Bernardo do Campo (ou, mais conhecido também como o 'shopping fantasma' do ABC), levei um rádio-gravador escondido na mochila para poder gravar o audio da sala de cinema e curtí-lo em casa depois!


Arte by RoM@ (colagem anos 90)

Foi com um rádio-gravador Sharp Q12 branco como esse aí de baixo que entrei no cinema e registrei em uma fita cassete o audio de Moonwalker, para ouvir depois no meu Walkman e no aparelho '3 em 1' de casa!
 


Experiência péssima😁! A gravação ficou quase inaudível! Mas, eu curti muito pela aventura de FÃ!


Este contorcionismo todo com o rádio-gravador valeu a pena! foi o mesmo tipo de esforço que fiz ao enfiar uma câmera fotográfica analógica (igualzinha a da imagem abaixo) na cueca para passar batido pela segurança do Morumbi - era proibido qualquer tipo de gravação dentro do estádio!

Só assim, eu pude tirar as minhas famosas fotos das arquibancadas durante o Show da Tour Dangerous de Michael Jackson em São Paulo, no dia 15 de Outubro de 1993: o policial me revistou, enfiou a mão lá😁, sentiu o 'volume', ficou olhando pra minha cara e... LIBEROU!!✊



Como sou um FÃ 40+ de Michael Jackson, tive um choque de realidade naquele dia, final de anos 80, ao ver a performance do Rei do Pop cantando uma legítima música dos Beatles! "Come Together" foi algo surreal para mim, acostumado aos hits românticos dos anos 70 e pops instantâneos pós Off The Wall/Thriller do Rei do Pop! Ainda mais por um inusitado/espiritual detalhe: no primeiro dia lá no cinema, eu estava vestido com um camisa amarela e-xa-ta-men-te igual a que Michael usava no final de Moonwalker! Cor, botões, bolsos, tamanho tudo igual!! Tem noção??



Quando esta cena entrou, eu quase surtei!! Pensei: "Não é possível!!"




Infelizmente, a única foto que tenho com a minha saudosa camisa amarela é esta com suas longas mangas dobradas, tirada naquele 1988 com a minha sobrinhazinha ainda neném no colo! Eu tinha só 20 aninhos gente!! Então, também por isso, "Come Together" tem um significado enorme para mim como FÃ de Michael Jackson!



Assista ao video oficial de "Come Together"👇: 



"Come Together" também seria incluída em History, álbum de Michael Jackson lançado em 1995. Foi outra deliciosa surpresa para mim que assim, poderia curtí-la então em melhor qualidade no formato digital!





UM DESGOSTO PARA O AMIGO INGLÊS

Se alguém tem dúvidas se o ex-Beatles guardou alguma mágoa de Michael Jackson por causa desta 'treta' toda com o catálogo de músicas da banda, saiba que em 2001 Paul McCartney revelava publicamente: 
"... Ele [Michael] nem responde mais minhas cartas, então não conversamos e não temos um relacionamento tão bom assim... O problema é que eu escrevi essas músicas por nada e, comprá-las agora de volta por essas somas fenomenais eu simplesmente não consigo fazê-lo!"



Tempos depois em 2006, Paul McCartney também disse ao New York Post que tinha ressentimentos de Michael Jackson pela fortuna que as músicas creditadas a Lennon e ele trouxeram ao Rei do Pop: 
"Enviei algumas cartas a Jackson" - disse também Paul McCartney na ABC News - “Eu escrevi: 'Michael, você não acha que, depois de 30 anos sendo razoavelmente bem-sucedido, eu não poderia ganhar um aumento?'" Paul se referia aos ganhos de publicidade nas canções, como naquele caso da Nike. 



O PITACO DO JOE

Paul McCartney revelou que Michael Jackson lhe escreveu de volta, afirmando que sua atitude em relação a isso "eram apenas negócios", parando de respondê-lo de vez depois de um tempo.
Joe Jackson (1928-2018), pai de Michael Jackson, entrou na conversa declarando que “A única razão para que Michael comprasse o catálogo dos Beatles era porque ele estava publicamente à venda. Paul McCartney e Yoko Ono [viúva de John Lennon] poderiam tê-lo comprado, mas não o fizeram”. 



Até um tempo atrás, o ex-Beatles Paul McCartney ainda pagava para apresentar algumas das suas próprias músicas criadas com a banda inglesa. Anos mais tarde porém com a morte do Rei do Pop, por causa das muitas dívidas deixadas pelo ídolo americano a propriedade (espólio) de Michael Jackson abriu mão de 50% deste catálogo da ATV, que foi assim comprado pela Sony em 2016: a empresa japonesa adquiriu a participação de Michael Jackson na Sony/ATV por US$ 750 milhões (£ 579,3 milhões), dinheiro que foi concedido ao seu espólio, mas isso não incluiu a participação de 10% da propriedade do Rei do Pop na EMI Publishing. 

BOATOS DO TESTAMENTO

Também após a morte de Michael Jackson em 25 de Junho de 2009, muitos boatos correram na Internet de que o Rei do Pop havia deixado em testamento estas músicas adquiridas dos Beatles para Paul McCartney. 



Quando os boatos não se confirmaram - com a revelação oficial de que não havia tal instrução de Michael Jackson ao espólio - o cantor britânico declarou "não estar devastado com o testamento" como boatos haviam circulado na época. O ex-Beatle disse que "não acreditou 'nem por um segundo' que o Rei do Pop pretendesse deixar para ele a sua parte do catálogo e que, não estava nem um pouco surpreso que Michael Jackson de fato não o tivesse feito". 

A ENFIM REAÇÃO DE MCCARTNEY

Após as aquisições de 2016, Sir Paul McCartney iniciou então uma ação judicial que buscava recuperar os direitos de sua metade do catálogo de Lennon-McCartney, já que as leis de direitos autorais nos EUA permitem que o autor reivindique os direitos sobre qualquer obra que tenha publicado antes de 1978; até um catálogo inteiro - o que por consequência, poderia fazer Paul McCartney conseguir recuperar parte do seu legado. Mas, uma brecha nesta lei não consideraria terras britânicas! 


O ano de 2017 se desenharia um grande tempo para Sir Paul McCartney: em 18 de junho, o ex-Beatles completava 75 anos. Poucos dias antes de seu aniversário, a patente de Paul McCartney para o título de "cavaleiro britânico" foi elevada após vinte anos, por seus serviços prestados à música. E no fim daquela mesma semana, McCartney teria mais um grande motivo para comemorar: após uma longa batalha que remontou décadas, o compositor finalmente recuperaria os direitos autorais do catálogo dos Beatles, num acordo privado com a Sony ATV e os representantes legais do astro inglês. 
O advogado de Paul McCartney, Michael Jacobs, anunciava que a Sony e ele "resolveram esse assunto com um acordo confidencial" onde, como parte dele, o processo original de Paul McCartney sobre o catálogo havia sido então oficialmente rejeitado.
Embora Michael Jackson tivesse sido o dono das músicas dos Beatles por um longo tempo, uma parte destes direitos de publicação agora pertenceria novamente a Sir Paul McCartney - que finalmente recuperaria os direitos dos Beatles após uma batalha de 50 anos! 
Os direitos destas músicas dos Beatles em disputa estariam a partir de então divididos entre Paul McCartney e a Sony Music Publishing.

2025 E IA: UM GATO ESCALDADO PARA PAUL

A pelega toda com Michael Jackson no caso do catálogo dos Beatles deixou Paul MacCartney com as suas barbas de molho? Parece que sim! No final de Janeiro deste ano, Paul McCartney disse à BBC que, mudanças propostas na legislação de direitos autorais no Reino Unido podem permitir que tecnologias tecnologias de Inteligência Artificial "roubem artistas e músicos", impossibilitando-os de ganhar a vida fazendo música. Isso porque o Reino Unido está considerando hoje uma revisão na lei para permitir aos desenvolvedores de IA usarem o conteúdo protegido de criadores na internet e treinar os seus modelos de inteligência artificial - a menos que, os detentores deste direitos se manifestassem oficialmente contra isso! 



Os críticos deste plano como Paul McCartney acreditam que, não é possível para um escritor ou artista notificar individualmente os milhares de diferentes provedores de serviços de inteligência artificial existentes de que 'não querem que o seu conteúdo autoral seja usado' para treinamento e monitoramento na internet. Na rara entrevista dada para a BBC, Paul McCartney disse:



"... Quando éramos crianças em Liverpool encontramos um emprego que amávamos e pagava as contas... estas propostas podem remover o incentivo para escritores e artistas e resultar em uma 'perda de criatividade'... qualquer um que quiser pode simplesmente roubá-los... esse dinheiro está indo para algum lugar e, se alguém está sendo pago, então por que não é o cara que as escreveu 'ontem'?... nós somos o povo e vocês, são o governo! Vocês deveriam nos proteger. Esse é o seu trabalho! Se você está apresentando um projeto de lei, tenha certeza de que está protegendo os pensadores criativos, os artistas criativos, ou você não terá mais eles."

UM GENTLEMAN FIEL À HONRA DO REI

Paul tratou a partida de Michael Jackson com o maior respeito e elegância possíveis, gesto típico de um verdadeiro Lord! Algo aliás muuuito diferente daquela absurda 👉covardia de Quincy Jones (1933-2024), que tratou Michael Jackson como um ladrão na entrevista dada ao site Vulture, da revista New York em Fevereiro de 2018! 



Depois que Michael Jackson morreu em 2009, Paul McCartney 'mesmo com todos os seus próprios motivos para desmerecê-lo', disse que teve a honra de conhecê-lo e trabalhar com ele. Paul McCartney descreveu Michael Jackson como "um menino-homem extremamente talentoso com uma alma gentil...  sentindo-se privilegiado por ter convivido e trabalhado com ele".



Ao jornal britânico Telegraph, Paul McCartney também falou sobre como conheceu Michael Jackson e como era o relacionamento da dupla: 

"Eu ouvi Michael pela primeira vez quando ele me ligou, no Natal de 1980 e, minha reação inicial foi: 'quem é esse cara e onde ele conseguiu meu telefone?' Ele me explicou quem era e eu perguntei o motivo da ligação. Ele respondeu com outra questão: 'Quer fazer algumas músicas?'. Ele veio para a Inglaterra com seu grande amigo, Billy, e eles visitaram nossa casa muitas vezes. Então eu e Michael tivemos muitas ideias de músicas juntos. Nós terminamos juntos a melodia de uma música que depois, viraria 'Say Say Say'... Minhas memórias de Michael Jackson são do seu grande senso de humor e de como nós brincávamos e dávamos muitas risadas juntos. Minha família manda as mais sinceras condolências e, como eles, sabemos que o talento de Michael Jackson nunca será esquecido." Sir Paul McCartney diria também depois em uma entrevista dada a David Letterman que "sentiu falta" do cantor após sua morte.

AS CURAS QUE SÓ O TEMPO TRAZ

O ressentimento de Paul McCartney passou com o tempo? "Eu parei com isso anos atrás", disse ele à estação de rádio Q104 de Halifax. "Foi algo que eu estava muito interessado por um tempo e, você pode ver o porquê, naturalmente... mas esse tipo de coisa também pode te consumir." Em 1990, Paul McCartney e Michael Jackson apareceriam juntos em uma foto:  


O gesto, era para acalmar os medos - pelo menos publicamente - de que  havia ressentimentos entre eles nas disputas judiciais para os rendimentos do catálogo em comerciais publicitários, como no caso da Nike. 

Após a passagem do Rei do Pop em 2009, as 'diferenças' entre Paul McCartney e o seu passado com Michael Jackson pareceram enfim ter tido algum ponto final durante um desfile da grife da estilista Stella McCartney, filha de Paul McCartney, realizado na Paris Fashion Week de 2024.


Paul McCartney e Paris Jackson em 2024

Naquela ocasião, o ex-Beatles (hoje com 83 anos) foi fotografado sentado aprazivelmente ao lado de Paris Jackson*, a filha do Rei do Pop. 

MINHAS DÚVIDAS

As perguntas que não querem calar em mim hoje em 2025 são:
-Esta extrema disputa ocorrida nos direitos das músicas dos Beatles partiu pessoalmente do próprio Michael Jackson ou, foi bem incentivada pelo seu pai ou, por seus ávidos empresários/advogados? 
-Porque Michael Jackson, na qualidade de amigo, não se encontrou diretamente com Paul MacCartney para resolver todas as dúvidas e procurar saber se o ex Beatles não queria apenas mais um tempo para poder se capitalizar na aquisição se assim o desejasse; dando então ao King a oportunidade no caso de uma verdadeira negativa de intenção por parte do cantor inglês?
Talvez nunca venhamos a saber ao certo! Mas...

Como esquecermos que eles se divertiram tanto, feito mulekes?



Como esquecer que eles lavaram a louça juntos?



Como esquecer que Linda McCartney (1941-1998) testemunhou esta amizade e depois, 'sofreu' junto com Paul durante toda a disputa comercial?



Nossa singela 'vergonha alheia' como FÃS de Michael Jackson neste episódio da carreira do Rei do Pop é real! Principalmente, quando estivermos ouvindo a sonora mensagem do King dada em 👉"Money", no álbum History:



"Eles não se importam
Eles me matariam pelo dinheiro
Eles não se importam
Eles me usam pelo dinheiro
...
Qualquer coisa
Qualquer coisa
Qualquer coisa por dinheiro
Mentiria por você
Morreria por você
Até venderia minha alma ao diabo"

Arte by RoM@ (colagem anos 90)

Há 15 anos atrás eu subia no canal da Brasil'93 no YouTube o mix Michael Jackson vs Stevie V - Money MushUp 09, que fiz dedicado a Michael Jackson para expressar, na época, todo o meu descontentamento com o espólio do Rei do Pop no caso daquelas músicas fakes inclusas no álbum póstumo "Michael", lançado em 2010. 

Este mix tem provocativamente lá na sua descrição:

-Money 'sound elements' de: 
Stevie V (Dirty cash) 
ABBA 
Dire Straits 
Pink Floyd
Michael Jackson 

-Money 'dedicated' para: 
Joe Jackson 
Debbie Rowe 
Dr. Arnold Klein 
DR. Conrad Murray 
John Branca 
John McClain 
Sony 
AEG 
La Toya Jackson 
Katherine Jackson
TMZ 
Los Angeles City

[entendedores entenderão]

O que eu não esperava porém é que, esse mix ilustrasse tão bem a nossa publicação aqui! 



E, vida que segue!
Com ou sem amigos.
Michael Jackson não era perfeito.
Graças a Deus!
E isso só prova que ele era muito humano, também cometia os seus deslizes, como nós e no final de tudo, o saldo positivo de toda sua humanidade só nos faz admirá-lo mais e mais em cada esclarecimento sincero de um FÃ seu, como o deste Blog!

MICHAEL JACKSON FOI COMO VOCÊ, MICHAEL JACKSON FOI COMO EU! VIDA LONGA AO LEGADO DE MICHAEL JACKSON!
E, aprenda a preservar bem o seu negócio para manter 'fiel' o seu Amigo, caro leitor! Porque olho gordo SIM, pega!...

  


*notinha do RoM@: a exceção para a exibição de imagem de um filho de Michael Jackson neste blog se deve ao fator histórico em contexto - no caso, a foto de Paul McCartney com Paris Jackson. Continuaremos porém respeitando veementemente uma das últimas e declaradas vontades do Rei do Pop antes da sua passagem, que sempre foi a de evitar exposição pública de sua amada família!


Dangerous World Tour - Brasil93

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